segunda-feira, 7 de maio de 2012

Natal é a capital nordestina da obesidade

Por Tiago Medeiros Com os piores hábitos alimentares e uma população sedentária, Natal é considerada a capital nordestina da obesidade. Essa foi a conclusão da pesquisa “Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – VIGITEL BRASIL 2011”, do Ministério da Saúde, realizada nos últimos seis anos, com mais de 300 mil brasileiros, maiores de 18 anos, nas 26 capitais e Distrito Federal. Para o nutrólogo e pediatra, Nataniel Viuniski, especialista em obesidade, o índice está relacionado ao erro alimentar, o sedentarismo e o estresse dos potiguares. “Apesar de Natal ser uma das capitais com melhor qualidade de vida do Brasil, infelizmente, a população não adota um estilo de vida saudável e essa é uma das causas desse triste terceiro lugar”. Na pesquisa, Natal aparece como a terceira capital brasileira com o maior índice de adultos obesos. Mais da metade dos potiguares estão acima do peso. No Nordeste, lidera as que consomem menos porções de frutas e hortaliças em suas refeições, e é uma das onde se costuma consumir mais carne com excesso de gordura. Para Nataniel, o maior desafio em políticas de saúde pública para a obesidade é o preço dos alimentos. “As pessoas mais humildes não comem o que gostariam, nem o que deveriam, mas sim o que conseguem pagar. Enquanto biscoito recheado e refrigerante for mais barato do que frutas e leite, é esse tipo de alimento que será mais consumido”. Segundo o médico, a obesidade na infância acarreta problemas ortopédicos, na pele, apneia do sono, hipertensão e principalmente na auto-imagem e na auto-estima. “O maior sofrimento de uma criança obesa é o emocional”. Na vida adulta, é fator de risco para doenças cardio-vasculares, diabete tipo 2 e até mesmo alguns tipos de câncer. Ele considera que por mais eficientes que sejam as academias funcionais, instaladas nas praças da cidade, enquanto continuar como ação isolada não reduzirá número de obesos. E alerta: “Os governantes têm que promover, ainda mais, o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida; campanhas de conscientização nas escolas para desenvolver o estilo de vida saudável; e criar um política de preços diferenciados para frutas e saladas onde os alimentos menos saudáveis subsidiariam os mais saudáveis”. Num mundo cada vez mais “corrido”, muitas vezes as pessoas não tem tempo para uma alimentação saudável e tranquila, mas ele recomenda evitar comidas de rua, gordurosa e com muito sal. “É muito curioso as pessoas questionarem se é seguro trocar uma refeição de arroz e feijão por um copo de shake formulado por cientistas, e não terem medo de trocar uma refeição de feijão e arroz por pastéis, hamburguer e refrigerantes”.

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