sábado, 22 de dezembro de 2012

40% dos endividados estão pendurdos no cartão de crédito

De cada 10 consumidores inadimplentes, quatro estão com as contas atrasadas no cartão de crédito, conforme estudo encomendado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Pior: dos que estão pendurados no cartão, 82% afirmam que estão inadimplentes há mais de 90 dias, arcando com juros que chegam a 600% ao ano.

Na avaliação de Ana Paula Bastos, economista do SPC Brasil, os cartões são um bom instrumento de compra, desde que as faturas sejam pagas integralmente na data de vencimento. Ou seja, para usufruir das vantagens de um cartão de crédito, antes de qualquer coisa, o consumidor precisa ter a clareza de que não pode gastar mais do que efetivamente tem. “O cartão de crédito trouxe conveniência e segurança, porque viabiliza o poder imediato de compra, mesmo que o consumidor não disponha de dinheiro no momento do uso, mas é necessário aprender a usá-lo corretamente para evitar contratempos”, pondera.

Segundo a economista, compreender minimamente os mecanismos de funcionamento no sistema de cobrança do cartão de crédito torna mais fácil utilizá-lo de maneira comedida, evitando sustos no recebimento da fatura ou inclusão do nome em bancos de dados de proteção ao crédito. Uma das maiores armadilhas para o consumidor desavisado é a compra parcelada, pois, o acúmulo de prestações acaba elevando a fatura além da conta.

O desconhecimento do cartão é grande, de acordo com o SPC Brasil: 24% dos consumidores inadimplentes optam pelo chamado “crédito rotativo”, no qual pagam apenas o valor mínimo da fatura (em média, 20% do valor integral), e 85% admitem não ter conhecimento sobre a taxa de juros cobrada por esse tipo de financiamento. “É um caminho complicado de sair. Antes de optar por uma forma de pagamento, é recomendável avaliar as vantagens e desvantagens, calculando os juros do período para o saldo devedor, uma vez que eles incidirão sobre o que for financiado”, alerta Ana Paula.

Correio Braziliense

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